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A LEITURA DO TERRITÓRIO DESDE A INFÂNCIA:

diagnóstico das potencialidades locais, fomento da participação infantil no desenho urbano e na criação dos espaços de aprendizagem voltados à primeira infância.

O elemento que dinamiza, interpreta e consolida as intervenções urbanas são os grupos sociais que habitam, usam e se relacionam com e a partir da cidade. Deste modo, o estudo e a escuta ativa dos diferentes grupos sociais que habitam a cidade se faz primordial para uma leitura dialógica do lugar, para o planejamento urbano e principalmente para o planejamento das políticas públicas. 

Mapear os grupos sociais significa entender que em um mesmo território coabitam usos e interpretações que podem se contrapor, complementar-se ou reafirmar usos já estabelecidos. Significa também entender que os habitantes não são um grupo homogêneo, nem passivo. Realizar a escuta ativa e considerá-la tanto no desenho urbano como no desenho das políticas, aumenta consideravelmente o grau de apropriação dos indivíduos ao se sentirem partícipes do processo de construção das ações. Entretanto, independente dos demais grupos sociais determinados, entendemos ser prioritário as relações estabelecidas entre a cidade e um grupo social específico: as crianças. Esta decisão se dá por três motivos basicamente: 

Primeiro, porque representa uma parcela considerável da população que possui necessidades e desejos específicos e que muitas vezes é pouco percebida/considerada/ consultada na consolidação das transformações das cidades em geral. 

Segundo, porque as crianças possuem uma percepção aguçada e desinibida. Com o passar dos anos, nossa percepção vai se automatizando e nosso olhar questionador, que tudo estranha e se fixa em detalhes vai desaparecendo. Assim, que a capacidade de compreensão da realidade pelo especialista, com o seu olhar treinado, construído, se aproxima do olhar detalhista e questionador que possuímos na nossa infância. Deste modo, a leitura das crianças sobre a cidade que habitam é de grande valor para uma leitura dialógica centrada na compreensão dos códigos culturais que conformam um lugar. Ademais, a leitura das crianças sobre o território habitado permite observar também, qual a relação que os espaços de aprendizagem possuem na formação dos pequenos cidadãos entre outros aspectos observáveis. 

E terceiro, porque é fundamental considerar uma escuta ativa das crianças na elaboração das políticas públicas, princípio fundamental da gestão democrática e participativa. O exercício da cidadania desde pequenos, fomenta um compromisso maior e mais qualificado destes cidadãos com sua cidade quando adultos.

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